De Onde Surgiu a Ideia Para O Jardim das Torres
Essa história começa com um desejo simples: criar algo baseado em alguma "princesa".
Não é segredo que mesmo parecendo "inadequado", eu tenho um certo tipo de amor pelas princesas da Disney. Os contos originais, totalmente diferentes, também me atraem. Acho muito interessantes como essas histórias, tão antigas, ainda ganham novas versões e adaptações. Com isso em mente, a primeira história que me veio à cabeça foi a da Rapunzel - a garota aprisionada em uma torre.
Aqui, ela não é a protagonista, é quase um acontecimento. Rapunzel, como sabemos, é uma jovem aprisionada em uma torre e salva por um príncipe. Isso gera, muitos anos depois, o que conhecemos no meu livro como a tradição do Jardim das Torres - um jardim parcialmente escondido, cercado por um paredão de pedra - como em Enrolados - onde diversas torres foram construídas para que garotas nobres de todos os reinos pudessem vir e esperar por um príncipe corajoso.
É essa história que a protagonista, Amelie, ouve desde a infância. Assim que decidi que esse seria o "por trás" do livro, fui tentando desenvolver o resto sem cair no mesmo, sem querer entregar um príncipe para Amelie, afinal, de príncipes o mundo literário está cheio, e nem sempre temos o que queremos - desculpe, querida personagem, mas você vai gostar da mudança.
Aqui, outro momento em que precisei pensar. Se não seria um príncipe a escalar a torre, quem seria? O que seria mais improvável e, para a protagonista, terrível? Que tal... Um pirata?
Certo, temos uma decisão. Um pirata escala a torre. Aqui, mais perguntas. Como ele vai ser? E, caramba, o que eu sei sobre piratas? Eu tinha lembranças sobre o Capitão Gancho e suas diversas versões, mas não queria um Gancho, queria algo que combinasse com o ar de "conto de fadas" e foi assim que eu saí pela primeira vez da minha "bolha de bad boys" e me aventurei com um par romântico "fofo" - um pirata gentil, amante da música e com ar de príncipe. Nasceu, assim, a ideia de usar como "modelo" o cantor e violinista Alexander Rybak, meu Willian A. Havelock de carne e osso.
Assim, nasceram a protagonista e seu par romântico. Mas eu ainda não tinha muito da história. Queria tirar Amelie da própria bolha de uma garota da realeza, tirá-la do jardim... E isso significava colocá-la em um navio pirata. E eu continuava sem saber muito sobre piratas. A decisão seguinte talvez desagrade amantes de história, mas minha "pesquisa" foi feita assistindo a série de filmes completa de Piratas do Caribe, tanto para ambientação quanto para entender um pouquinho como funcionava um navio pirata - e eu ainda não sei muito, tanto quanto Amelie, então se a personagem parece perdida, é porque a autora também estava.
Tirando Amelie do seu mundo cor de rosa e colocando-a num navio pirata, eu precisava ir, aos poucos, não apenas acostumando-a com essa realidade, mas mudando-a. A jovem dos vestidos deslumbrantes vai ganhando asas, vendo como sua vida parecia tediosa comparada com a vida que os piratas ao seu redor vivem. Eles se divertem mais, tem mais amigos, mais aventuras... E se ela de repente descobrir que está gostando muito de viver assim? É claro, nós vemos a garota passando por perrengues, desde faltas de banho à falta de roupas e tempestades em alto mar, mas ainda assim tudo é mais interessante do que sua antiga vida, antes de ser basicamente "raptada" do seu impecável jardim.
E não é apenas a vida de Amelie que muda com a chegada dela ao navio Lobo Mau, os marujos estão contentes com a presença feminina, a possibilidade de uma nova amizade e de, possivelmente, ensiná-la sobre o mundo da pirataria. E, é claro, que o Capitão Havelock talvez também tenha algo a aprender com sua noiva.
O Jardim das Torres é um romance, mas também é uma história sobre amizade, sobre encontrar o seu lugar e amadurecer. Tem algumas referências aos contos de fadas, e a minha favorita é a "coincidência" de um dos livros lidos por Amelie ter um aventureiro chamado Flynn.
Comecei o livro em setembro de 2023, enquanto terminava de escrever o fim da série Promessas Quebradas, pois a história estava me chamando tão alto que era impossível ignorar. Fui lidando com as duas histórias, passando de vampiros para piratas até terminar o quinto livro da série e poder, finalmente, dar toda a atenção que O Jardim das Torres merecia.
Atualmente, ainda mantenho a decisão de ser um livro único, embora saiba que, se um dia tiver mais ideias para as aventuras de Amelie e Willian, não vou hesitar em trazê-los novamente. Mas talvez, só talvez, eu saiba que eles estão por aí se divertindo em algum lugar e isso é o suficiente.
O JARDIM DAS TORRES lança em breve.
Comentários
Postar um comentário