Uma carta para aquele garoto

  Oi. Esta é a carta que eu nunca vou te entregar. É também uma coleção de pensamentos, o desabafar de alguém péssimo em se comunicar e se expressar em voz alta.
  Você me conhece tanto quanto eu te conheço e isso faz de nós dois completos estranhos. Em algum momento, você quis me conhecer e eu quis te conhecer também. De repente, você mudou de ideia. Eu, não. 
  Talvez eu não tenha sido interessante o suficiente? Bonita o suficiente? Insistente o suficiente? Ou talvez aquele livro esteja certo e "nem todos vão conhecer o amor".
  Você foi a primeira pessoa de carne e osso a abrir meus olhos para uma possibilidade. Todos os meus amores sempre foram feitos de tinta, papel e palavras. E agora, a única alternativa que tenho é te transformar num deles, eternizando-o em algumas páginas.
  Eu não vou falar sobre destino, deuses do amor ou linhas vermelhas ou douradas, mas sobre um sentir, uma sensação de que talvez, só talvez, fosse você quem eu estava procurando esse tempo todo. Você tem um sorriso bonito e passa uma boa energia, garoto desconhecido. Eu a sentiria se tivéssemos nos encontrado?
  E se tivéssemos mesmo nos encontrado, garoto desconhecido, nossas energias se combinariam? Eu teria o feito rir ou você ainda gostaria de fugir?
  Nós temos coisas em comum que eu não queria ignorar. Se houvesse destino, ele com certeza estaria conspirando, sussurrando pelos cantos e escrevendo nossos nomes juntos. 
  Mas talvez tudo isso seja bobagem. As coincidências talvez sejam apenas coincidências. Talvez nunca tenha sido você, talvez nunca tenha sido eu. Às vezes nem era pra ser. 
  Às vezes nada disso aqui seja real. Ou talvez seja. Quem é que poderia ter certeza, vindo de uma escritora? 

  Atenciosamente, a garota desconhecia. 

  P.S.: Será que sentaremos juntos, um dia, no trem da vida?

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